Com patrulhamento reforçado desde segunda-feira (19), quando três homens morreram num tiroteio na Rocinha, a comunidade da Zona Sul recebeu na manhã desta sexta-feira (23) mais 130 policiais militares que concluíram o curso de Polícia de Pacificação e lá farão estágio, especialmente no policiamento a pé.
"A ideia é que os policiais trabalhem a pé. A integração com a comunidade é importante para que a gente continue a receber informações sobre a presença de marginais e sobre a tentativa, mesmo que discreta, de venda de drogas. Informação é a matéria prima do Serviço de Inteligência", disse o o coronel Frederico Caldas, relações públicas e porta-voz da PM.
Ao longo da semana, houve tiroteios, mortes, tiros em direção a policiais e boatos entre os moradores de que traficantes estariam voltando à comunidade, ocupação pelas forças policiais em novembro do ano passado.
Esses episódios, além do aumento do fluxo de turistas, da atividade noturna e do comércio, que vêm sendo analisados em relatórios do Serviço de Inteligência da Polícia Militar, fizeram a corporação decidir pelo reforço no policiamento, segundo informou o coronel Frederico Caldas.
Ele explicou que os pontos onde esses episódios aconteceram estão sendo monitorados e atribuiu os fatos à tentativa de integrantes do terceiro ou quarto escalão do antigo movimento do tráfico no local de voltar, ainda que de foram tímida, a vender drogas.
"A gente não vai permitir retrocesso, o processo da pacificação não tem volta. O que quer que a PM tenha que fazer em termos de reforço vai fazer porque foram 40 anos de presença do tráfico, 40 anos em que a população da Rocinha ficou refém de marginais. Quatro meses de presença da polícia é tempo insuficiente para restabelecer a paz em sua plenitude, mas, a partir de agora, é nossa convicção que a Rocinha vai ter muito mais tranquilidade do que vinha tendo", disse o coronel.
Além da necessidade de maior integração com a comunidade, os estagiários farão o policiamento a pé porque há locais de difícil acesso na Rocinha em que carros ou motocicletas não conseguem entrar.
"É preciso a presença dos policiais nas vielas onde ainda haveria pontos de vendas de drogas", disse o coronel.
Ele negou que possa estar havendo conivência de policiais na tentativa de volta do comércio de drogas:
"Foram 30 marginais presos, e apreensões drogas e armas em dois meses. Não parece um quadro em que a conivência esteja caracterizada. Se não houvesse prisões e apreensões, aí poderíamos supor que os policiais estivessem aqui com algum favorecimento à venda de drogas. Mas vamos apurar qualquer indício de desvio de conduta. Mas pode estar havendo tentativa de enfraquecer e minar a presença da polícia. Vamos tratar esse assunto com muita seriedade, mas não podemos ser ingênuos de imaginar que não tem gente interessada na saída da polícia".
Além dos 130 estagiários, que após o período de treinamento seguirão para Unidades de Polícia Pacificadoras, o policiamento da Rocinha terá o reforço de policiais do 23º BPM (Leblon), do Batalhão Florestal e do Regimento de Polícia Montada.
Fonte: Portal G1
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